Saiba como o Threat Modeling pode ajudar a proteger sua empresa

Escrito por: Luciano Lima

Introdução

Com o avanço da tecnologia, as táticas usadas por atores maliciosos para explorar vulnerabilidades em sistemas e redes também estão evoluindo. Para se proteger contra essas ameaças, é fundamental adotar uma abordagem proativa e sistemática. A Modelagem de Ameaças é uma poderosa metodologia que ajuda as organizações a identificar, avaliar e mitigar riscos de segurança em seus softwares, sistemas e processos.

O que é o Threat Modeling?

A Modelagem de Ameaças é uma prática proativa usada na segurança da informação para identificar, entender e abordar potenciais ameaças à segurança de um sistema. Ela ajuda a prever e mitigar possíveis problemas de segurança antes que eles ocorram, permitindo que os desenvolvedores construam sistemas mais seguros.

Quais são as etapas utilizadas no processo de Modelagem de Ameaças?

O processo de modelagem de ameaças geralmente envolve as seguintes etapas:

Identificar Ativos: O primeiro passo é identificar os ativos que precisam ser protegidos. Isso pode incluir dados pessoais, informações de pagamento, propriedade intelectual, etc.

Criar um Diagrama de Arquitetura: Isso envolve mapear o fluxo de dados e as interações entre diferentes componentes do sistema.

Identificar e Classificar Ameaças: Usando o diagrama, os desenvolvedores podem identificar pontos fracos potenciais onde os atacantes podem tentar explorar. As ameaças são classificadas com base em fatores como a probabilidade de ocorrência e o impacto potencial.

Desenvolver e Implementar Mitigações: Uma vez que as ameaças são identificadas, os desenvolvedores podem desenvolver estratégias para mitigar essas ameaças. Isso pode envolver alterações na arquitetura, na configuração, no código, ou no uso de soluções de segurança de terceiros.

Revisão e Atualização Regular: A modelagem de ameaças não é uma atividade única; ela deve ser repetida regularmente à medida que o sistema muda e novas ameaças emergem.

Quais são as vantagens de utilizar um processo de Modelagem de Ameaças?

Priorização de Riscos: A modelagem de ameaças ajuda a concentrar os recursos nos riscos de segurança mais críticos, garantindo que os esforços de mitigação sejam bem direcionados.

Eficiência de Custos: Identificar problemas de segurança no início do ciclo de desenvolvimento reduz o custo de corrigir problemas posteriormente.

Colaboração Aprimorada: A modelagem de ameaças incentiva a colaboração entre desenvolvedores, equipes de segurança e partes interessadas, promovendo uma cultura de conscientização em segurança.

Conformidade Regulatória: Muitos quadros regulatórios exigem a modelagem de ameaças como parte das avaliações de segurança e auditorias de conformidade.

Quais metodologias são utilizadas na Modelagem de Ameaças?

STRIDE: Essa metodologia desenvolvida pela Microsoft categoriza as ameaças em seis tipos: Spoofing (Falsificação), Tampering (Violação), Repudiation (Repúdio), Information disclosure (Divulgação de Informação), Denial of Service (Negação de Serviço) e Elevation of Privilege (Elevação de Privilégios).

DREAD: O modelo DREAD classifica as ameaças com base em cinco critérios: Potencial de Dano, Reprodução, Explorabilidade, Usuários Afetados e Descoberta.

OCTAVE: A abordagem OCTAVE (Operationally Critical Threat, Asset, and Vulnerability Evaluation) concentra-se na avaliação e gerenciamento de riscos organizacionais.

PASTA: A metodologia PASTA (Process for Attack Simulation and Threat Analysis) utiliza padrões de ataque e define uma abordagem estruturada para a modelagem de ameaças.

Quais são as melhores práticas utilizadas na Modelagem de Ameaças?

Integração Precoce: Integre a modelagem de ameaças nas primeiras etapas do ciclo de desenvolvimento para abordar proativamente as preocupações de segurança.

Revisão Contínua: As ameaças e riscos mudam ao longo do tempo, portanto, realize revisões e atualizações regulares no modelo de ameaças à medida que o sistema evolui.

Envolvimento de Todas as Partes Interessadas: A colaboração entre desenvolvedores, arquitetos, equipes de segurança e partes interessadas de negócios garante uma compreensão abrangente das ameaças potenciais.

Uso de Cenários Realistas: Baseie os modelos de ameaças em cenários de ataque realistas relevantes para o setor e o cenário de ameaças da organização.

Aproveite a Automação: Considere o uso de ferramentas especializadas de modelagem de ameaças para automatizar partes do processo, o que pode melhorar a eficiência e a precisão.

Conclusão

A modelagem de ameaças é essencial na segurança cibernética. Ela permite que as organizações identifiquem ameaças e vulnerabilidades, fortalecendo suas defesas contra-ataques cibernéticos. Além da mitigação de riscos, a modelagem de ameaças traz benefícios como economia de custos, colaboração aprimorada e conformidade regulatória. Para enfrentar as ameaças em constante evolução, é crucial adotar uma abordagem proativa e abrangente à segurança, tornando a modelagem de ameaças um pilar da estratégia cibernética.

A modelagem de ameaças não é um esforço único; deve ser uma prática contínua que se adapta às mudanças no sistema, tecnologia e cenário de ameaças. Ao seguir princípios e metodologias de modelagem de ameaças, as organizações podem construir sistemas seguros, resilientes e confiáveis, protegendo seus dados, reputação e a confiança dos clientes em um mundo cada vez mais interconectado.

Fontes de pesquisa:

https://owasp.org/www-community/Threat_Modeling

https://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/SpecialPublications/NIST.SP.800-53r5.pdf

https://www.techtarget.com/searchsecurity/definition/threat-modeling

https://learn.microsoft.com/en-us/azure/security/develop/threat-modeling-tool